Mulheres que experimentam a transição para a menopausa podem sentir diversos sintomas, sendo a irregularidade menstrual e os calorões (ou fogachos) os mais conhecidos e comentados.
No entanto, a “síndrome do climatério” (nome técnico para os sintomas da menopausa) também pode vir acompanhada de diversas outras manifestações indesejadas como insônia, ganho de peso, irritabilidade ou sintomas depressivos, cansaço excessivo, perda da libido, ressecamento na pele, dores articulares. E ainda há espaços para os chamados “brain fogs” (traduzido como “nevoeiros cerebrais”) que são um dos sintomas menos conhecidos e identificados, porém igualmente desagradáveis. Podem ser mais brandos ou mais intensos dependendo da paciente, mas estarão presentes para a maioria das mulheres nessa fase.
Engloba um conjunto de sintomas que inclui dificuldade de lembrar palavras ou números, esquecimentos na vida quotidiana, problemas de concentração (distrações, perder a linha de raciocínio), dificuldade em alternar entre tarefas, esquecer a razão para fazer algo (exemplo: o que mesmo vim fazer na cozinha?!).
Diversas pesquisas já demonstraram que há um declínio natural da memória feminina junto com o envelhecimento, acentuando-se após a menopausa. A causa exata para tal condição permanece desconhecida, mas provavelmente a oscilação hormonal inerente à essa fase da vida esteja relacionada. Além da explicação biológica, é nessa fase que muitas mulheres vivenciam situações estressantes e emocionalmente fortes no casamento, no trabalho, na saída dos filhos de casa e passam a ter dificuldades com o sono e alterações do humor, irritabilidade, angústia. Toda essa desordem psicológica também é danosa à memória.
É esperado que as mulheres se preocupem com o fato de que esse prejuízo da memória possa estar associado a um declínio cognitivo precoce e ser um primeiro indício da temida doença de Alzheimer. Porém, nos primeiros anos da menopausa, este quadro é muito mais comum do que se pensa. E, na maioria das vezes, melhora com o tempo. Todas as mulheres passam pela menopausa junto com os desdobramentos ingratos que vêm associados. Ter sintomas, logo, não é definidor de desenvolver a doença de Alzheimer.
A terapêutica hormonal da menopausa (antes chamada de reposição hormonal), além de ser a forma mais eficaz de tratar e prevenir os sintomas desagradáveis da menopausa, melhorando a qualidade de vida das mulheres, também já foi comprovada como capaz de reduzir as chances de desenvolver a doença de Alzheimer.
Por fim, é importante lembrar que cultivar hábitos de vida saudável (alimentação equilibrada, prática regular de atividades físicas, manter a cabeça ativa e funcionante, sono adequado e controle dos níveis de stress) são os principais aliados no envelhecimento saudável e preservação da memória!
Por Dr. Igor Padovesi
Ginecologista formado e pós-graduado pela USP, médico do Hospital Albert Einstein, membro da North American Menopause Society (NAMS) e da International Menopause Society (IMS), e criador do projeto Menopausa Com Ciência.
Site: igorpadovesi.com.br / menopausacomciencia.com.br Instagram: @dr.igorpadovesi / @menopausacomciencia Nevoeiro cerebral: o sintoma menos conhecido da menopausa
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